Os três primeiros livros lidos do ano! Leituras realizadas na primeira quinzena de janeiro de 2022.
1. A Filha Perdida, de Elena Ferrante. O livro de Ferrante que me conquistou, pois havia lido Amiga Genial e não havia gostado. Devorei o livro em um dia, lendo durante o sono da Malu. O filme está disponível no Netflix, achei bom, mas achei bem mais ameno, não tão fiel ao livro na minha percepção. O livro é muito mais visceral, mais brutal.
2. O Lugar, de Annie Ernaux. Livro do mês do Clube de Leitura da Manú. É uma autosociobiografia, trazendo uma mistura entre biografia e sociologia. Ernaux nos conta as memórias das relações familiares, especialmente focada na vida do pai da autora, ao mesmo tempo em que nos mostra um bom retrato das relações sociais, de classe, à época.
3. Niketche, de Paulina Chiziane. Leitura do mês do Clube do Livro da Tati Fadel. Essa foi a leitura mais difícil e desconfortável para mim. Chiziane, de Moçambique, nos traz uma história sobre a poligamia, tradição cultural de seu país. É desconfortável esse choque cultural. Feminista que sou, tive uma explosão de sentimentos, percebendo o patriarcado escancarado. Mas, ao mesmo tempo, a escrita é poética, com passagens lindas. E, se nos despirmos da visão proveniente do nosso lugar, podemos ampliar o olhar para além do julgamento e perceber que as mulheres da história, dentro das possibilidades, conseguem subverter e transformar a realidade. Dentro das possibilidades que são poucas e restritas. Impressionante perceber o quanto a nossa própria cultura é permeada por conceitos que desfilam nas páginas, de uma forma ou de outra. Gostei. Um desconforto necessário, que nos mostra distâncias e aproximações. Afinal, o Brasil é um país extremamente machista.
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Doces Pedaços de Mim 